Vida em outono

Tardes de outonos tem gosto de uma busca por uma quinta estação, como uma possível criação de algo tão bom que mesmo com tantas desilusões há uma tentativa de renascimento, como uma saída de um tempo de trevas, depois de quatro anos praticamente sem luz.

Poderia está abrindo portas para os pensamentos que me ocorrem na primavera, mas na verdade a minha busca é por outra estação, mais que celebração, na verdade é aquela esperança diante de mim mesma, talvez a quinta estação sou eu, apenas eu, sem camadas, sem grandes expectativas, uma tentativa de enxergar o que sinto, materializar a minha alma em um espaço que só cabe dentro de mim.

O princípio dessas tardes está no encanto da nudez sem passado, sem agora e sem um previsto futuro, apenas pra existir.


Sempre o quis

Eu sempre o quis. Como se o infinito começasse ali. O quis até mesmo quando desejei não o querer, quando acreditei que a vida pudesse ser feita de vento, mar e céu azul. E quando o tempo passa de forma estranha, quando não consigo entender o que o tempo quer da minha vida, continuo o querendo e o amando com a alegria de quem conta estrelas e espera flores em arbustos para colocá-las nos vasos e se perde entre uma palavra ou outra que saí de sua boca na longa expectativa de segurar sua mão e olhar nos seu olhos e descobri que eu moro ali.


O Gosto pela vida

Olhando para todo feito em minha vida mesmo ao perceber que nada foi perfeito, o que não possui nenhuma relevância, porque a perfeição jamais foi meu intuito, por isso quando olho para tudo, aqui e agora, quando lembro de minhas travessias, meus encontros, quando olho para o mundo, desejo continuar.

Apesar de sentir o medo da morte, porquê não é essa a questão, tenho receio de deixar a vida, de deixar os feitos da vida, mesmo sabendo que nada possuo… gosto tanto das questões que envolve o viver, as complexidades, os entusiasmos, às mudanças e movimentos em tudo que se faz no passar dos segundos.

Talvez por isso jamais enxerguei sentido na morte, sempre existe algo a ser feito, desejado… como colher a jabuticaba do pé e olhar o céu azul depois de dias de intensas invasões de água.


Fazer sentido

Perante minhas crenças, meus sentimentos e até minhas contradições acredito que tudo precisa fazer sentido, tudo em volta, tudo por dentro, sem ausências, porque explorar a vida e o que precisa ser visto, falado, escutado tem que ter um sentido que de alguma forma explique o que parece não ter explicação.


Lisboa – ANAViTÓRIA

Eu vejo tua cara
O teu querer perverso
A gente fica bem aqui no chão da sala
Eu te queria a vida toda
Te confesso
Por mim, a gente nem precisa mais da estrada

Eu vejo você longe
E quero você perto
Fica na minha sombra
Eu posso ser teu rastro
Não quero tu na linha
Vivo, morto ou Claro
Eu quero tu na minha boca
E a minha boca quer você

Diga pra mim que é real
Que eu te prometo meu melhor
Fala pra mim o que eu quero ouvir
Que tu sentiu o que eu senti

Eu vejo tua cara
O teu querer perverso
A gente fica bem aqui no chão da sala
Eu te queria a vida toda
Te confesso
Por mim, a gente nem precisa mais da estrada

Eu vejo você longe
E quero você perto
Fica na minha sombra
Eu posso ser teu rastro
Não quero tu na linha
Vivo, morto ou Claro
Eu quero tu na minha boca
E a minha boca quer você

Diga pra mim que é real
Que eu te prometo meu melhor
Fala pra mim o que eu quero ouvir
Que tu sentiu o que eu senti
Me diga agora por favor
Que eu vou correndo te abraçar
Te quero tanto, é quase dor
É com você que eu quero estar

Se for por mim
Vai ser assim
É só você querer

Pra gente, enfim, se amar
Pra gente, enfim, se amar
Pra gente, enfim, se amar
Pra gente, enfim, se amar