Um Jardineiro

Hoje, só por hoje, não me mostre o quanto consegue ser feliz mesmo com a minha ausência. Na verdade eu gostaria de não saber quanto o seu amor é unilateral, o quanto você espera por outro beijo, outro abraço, esse querer que não é por meu corpo, por meu sorriso, por minhas vontades. Estou passando por um estado de múltiplo do humanismo, entre sentimentos confusos que nos fazem ser apenas humanos com as relações, sermos emotivos, intensos, frágeis ou fortes, o que muitas vezes não importa, a dualidade do sentimento, entre o sentir e o que vivemos, entre o que queremos e o que vemos no passar dos dias. Ou será que isso seria a desumanização desse ser humano que pareço ser?

Sabe aquelas palavras que dizemos somente pra gente? Aquelas dúvidas que temos e jamais dizemos em bom tom? Aqueles sentimentos relutantes do nosso ser? Essa ilusão racional do egoísmo, ego, do querer, do viver e sentir. É que hoje, segunda-feira com um sol brilhando, sou dona de um coração latente e uma têmpora cansada, sou dona de um corpo frágil e um trabalho exaustivo, também sou dona de um céu azul, mar esverdeado, um oceano de ideias.

Não quero ser leviana diante do meus quereres, nem mesmo conter puderes sob seu cotidiano, ao pedir que não exponha aos meus olhos e ao meu corpo sentimentos tão provocativos, não em exponha a dor de querer pertencer, da dualidade do sentimento ao te ver ser tão lindamente de outra pessoa. Afinal, não posso deixar de sentir o que acontece no pulsar do sangue, no que não vemos por está encoberto embaixo da pele.

Talvez seja esse amor uma arte, a qual sinto-me excluída, inculta, muitas vezes apavorada por desejar tanto aprender, estou envolvida na submissão total e na real libertação ao caminho do saber, ensina-me . Cuida das minhas rosas como um bom jardineiro, cuida do meu amor com paciência e afeto. Eu não quero ser individualista, mesmo assim, contenho em mim sentimentos contraditórios, poderia dizer causado pela falta, mas não me atreverei. O coração me acalma, se comove, redime-se ao declarar que apesar de tudo já sentido, visto e desejado esse amor é revolucionário, experiência ousada nas complexidades das situações vivenciadas.

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